
" O teatro é a mais bela das artes, porque está a meio caminho entre a Arte e a Vida. Ou talvez o teatro não seja sequer Arte, porque não é senão Vida.
Eu represento. Eu finjo. Todos nós fingimos. Todos fingem ser quem o outro espera que sejamos. Todos adequam as palavras, o estilo, os maneirismos ao público que assiste. Todos somos eu e o outro, todos representamos – não o nosso papel, mas o dos outros. Todos somos actores, mesmo quando não somos artistas. A nossa arte é enfrentar os dias – e ser.
Quem de vós poderá dizer que é sempre ver-da-dei-ro, coerente, puro (ou impuro, tanto faz)?
Fingir, fugir. Eu sou o actor que sai de cena, aquele que se senta entre a audiência. Porque estou cansado do papel que me coube. Prefiro ver-me em cada um de vós e viver duma só vez os papéis de todos. Porque eu já fui tu e tu e ele. E vocês os dois. E ela.
Eu fui vocês em mim próprio. E o sentido do que tenho para vos dizer – busco-o no que cada um de vós tem para me dizer. Talvez não tenham nada para me dizer, porque talvez o vosso papel seja fazer com que não haja sentido nenhum.
Acontece devagar, paulatinamente, até que um dia acordas com medo de viver."
Eu represento. Eu finjo. Todos nós fingimos. Todos fingem ser quem o outro espera que sejamos. Todos adequam as palavras, o estilo, os maneirismos ao público que assiste. Todos somos eu e o outro, todos representamos – não o nosso papel, mas o dos outros. Todos somos actores, mesmo quando não somos artistas. A nossa arte é enfrentar os dias – e ser.
Quem de vós poderá dizer que é sempre ver-da-dei-ro, coerente, puro (ou impuro, tanto faz)?
Fingir, fugir. Eu sou o actor que sai de cena, aquele que se senta entre a audiência. Porque estou cansado do papel que me coube. Prefiro ver-me em cada um de vós e viver duma só vez os papéis de todos. Porque eu já fui tu e tu e ele. E vocês os dois. E ela.
Eu fui vocês em mim próprio. E o sentido do que tenho para vos dizer – busco-o no que cada um de vós tem para me dizer. Talvez não tenham nada para me dizer, porque talvez o vosso papel seja fazer com que não haja sentido nenhum.
Acontece devagar, paulatinamente, até que um dia acordas com medo de viver."
Miguel Martinho
[Foto: We are the last living souls]
4 comments:
Adoro todos mas...
...parece mais a Noite dos Mortos-Vivos!
Acabadinhos de sairem das campas para irem para a Festa!
Não Depois mas sim Antes!
JorgeMiguel
Vi de novo e...
Fónix!!
Até assusta mesmo!!
JorgeMiguel
' Teatro é voz.. é corpo e alma '
um beijinho, enorme *
Gostei do comentário da maria ;)
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